domingo, 19 de maio de 2019

A intuição e a intenção


Sempre que nos preparamos para algo, ou seja, em qualquer processo de aprendizagem o que se pretende é transformar a informação (que importa) que nos entra corpo adentro, através dos sentidos e da experimentação, em inteligência e saber, que criam uma capacidade de priorizar em função do "aqui e agora", que mais não são as circunstâncias que requerem de nós decisões/soluções para problemas ou para o evitar destes... antecipando.

O que acontece é que durante um jogo, e até mesmo durante um treino, o presente toma conta e todo o caos emerge, obrigando-nos a tomar decisões, ora isto requer decidir em milisegundos. No fundo é necessário que se decida mesmo antes de tomarmos consciência da necessidade de termos que decidir, e é aqui que entra a intuição... estando longe de ser anárquica, é muitas vezes difícil de entender e até de explicar.

Qualquer decisão tem um sentido, ainda que se baseie em emoções momentâneas, fruto de experiências mais ou menos recentes que nos marcaram, que em determinado momento (no "aqui e agora") nos depertaram para algo do que nos envolve/rodeia e desencadeando assim uma decisão e acção.

O que se pretende é que a intuição seja coerente com aquela que é a nossa intenção prévia para determinado jogar. Porque a nossa intuição manifesta aquilo que são as nossas prioridades (no momento) e a nossa inteligência (contextual), estando isto relacionado com aquela que é a nossa identidade de jogo, aquele que é o nosso conhecimento dos jogadores que temos (ou colegas de equipa no caso de quem joga), o conhecimento do nosso adversário, etc.

A nossa evolução enquanto treinadores (e jogadores também) deve passar sempre por chegar à máxima coerência (possível) entre a intenção prévia e a intuição que nos leva a decidir em tantos momentos que não “controlamos” de forma consciente.


a) entrevista de Pep Guardiola à BBC Sport no decorrer da época 2018/2019

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