terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Dar o Melhor de Nós (Toni e Rafael Nadal)



O que é o desporto? Que valores implica? Que estado de alma fará sentido em quem o pratica? Formar, para além da especificidade que determinada forma de jogar o jogo exige é também formar ou tentar influenciar (dentro do possível, limitados que estamos pelo tempo) o carácter de quem treinamos.

Não há dúvidas de que com a formação se pretendem criar hábitos (nas várias dimensões que abrangemos enquanto humanos) e esses hábitos começam-se a criar desde cedo, tentando assim aproveitar todo o potencial com que nascemos. Como é óbvio isto implica a família como a grande responsável por uma formação que tenha por base (de preferência) bons valores. Começamos por algo essencial, que passa pelo tempo em que crianças se enamoram, se apaixonam por algo que irá gerar o impulso, o desejo de experimentar, só assim se pode chegar ao prazer de jogar (futebol, neste caso - sou bastante “egoísta” e acabo sempre por ir dar no mesmo tema). Mas é essencial que esse prazer por jogar tenha outra paixão e uns determinados hábitos associados, ou seja de preferência que jogar só faça sentido se for no sentido de buscar melhorar, que haja essa paixão (íntima - de quem pratica) por aprender, por fazer o melhor que se pode, de se implicar todo na intenção de fazer as coisas bem. Que a paixão pelo jogo seja com naturalidade e normalmente algo que acarreta exigência.

Fazer por fazer, quando falamos em formar para a vida e para o desporto de alta competição, não faz qualquer sentido para Toni e Rafael, nem para mim. Se o fazemos terá que ser com a máxima exigência. E aqui parece-nos essencial que o hábito seja promovido no sentido da exigência vir do próprio jogador, e não do treinador nem dos pais. Só assim se tornará num estado tão natural que de tão normal, de tão apaixonante passa a ser prazeroso até nos momentos de perda. Porque a tristeza momentânea não lhes retira o prazer. A frustração da derrota passa mais rápido quando vivemos para nos melhorarmos e para dar o melhor de nós. A realidade é que a felicidade (enquanto estado e não enquanto momento) transcende o resultado e transcende a emoção momentânea.

Na exigência e na intensidade máxima é quando o jogador se diverte, doutra maneira deixa de fazer sentido. Também é verdade que há quem só se consiga divertir, no desporto, sem a exigência de ter que dar o melhor de si. Tudo bem! Não se poderá é almejar grande aprendizagem com essa postura. Os miúdos devem ter espaço para decidir o que querem, conhecer as suas paixões e colocarem em si a exigência que eles quiserem, só assim eles serão honestos com eles próprios e com os outros, especialmente quando o desporto é colectivo. Mas reforço, mais uma vez, que é perfeitamente possível a diversão num contexto de exigência máxima (assim a exigência seja intrínseca e não extrínseca na forma de pressão) onde o “sofrimento” causado pelo esforço está presente, e há inclusive muita gente que só se consegue divertir desta forma.

Isto assemelha-se um pouco à questão do "ganhar" ou até à “paixão” na formação, por vezes esquecemo-nos que aquela ambição que, enquanto treinadores (ou os pais), temos de triunfar ou a enorme paixão que levamos cá dentro, deve existir no sentido de a transmitir aos jogadores, não como um fim em si mesmo, mas porque é neles que a exigência deve estar, é deles que deve partir essa vontade de ganhar e essa paixão, porque é essa vontade que gera neles a necessidade de solucionar os problemas do jogo. Com essa vontade de (solucionar os problemas para) ganhar e com essa tal paixão surge naturalmente a intensidade máxima, que lhes permite concentrarem-se no quebra cabeças que é determinado exercício/jogo. A partir daqui estão criadas as condições para um certo “auto-didatismo” que é muito importante, pois devemos reconhecer o nosso papel, essencialmente, de catalisadores de hábitos para que a cada dia haja maior autonomia; devemos ser alguém que os guia e intervém neste sentido de tornar normal esta capacidade deles exigirem o melhor possível de si próprios, sem necessitarem dum “fiscal da exigência”, quando chegam à adolescência e necessitam constantemente de alguém que os alerte para a importância de se focarem – a paixão não é suficiente ou a auto-exigência não condiz com o nível que o contexto/equipa exige. Daí a importância de se formar para que a paixão e a dedicação seja algo que desde cedo seja uma algo que está neles como vontade própria e não como exposição constante a uma pressão exterior para ter que gosta, só dessa forma autónoma a exigência se irá entranhar de tal modo que já não haverá outra forma de ser divertido.

Para além destes hábitos que acreditamos que lhes vão dar jeito para competir, isto é duma tremenda importância para a vida. Ultrapassar os momentos menos bons que a vida tem. O serem felizes (não a cada segundo, mas como algo que impele a resolução das frustrações), mesmo na adversidade, só é possível nesta capacidade de nos momentos complicados resistir. E sou da mesma opinião do Toni Nadal, de que o estado de felicidade e de satisfação pessoal é maior quando as coisas são difíceis de alcançar, mesmo quando temos que nos levantar uma e outra vez, por não termos conseguido ou porque sofremos algum imprevisto grave.

Cada um da sua forma... mas, no que puder contribuir, espero que "dar o melhor de nós" seja cada vez mais uma forma normal de actuar. E sem medo de que fiquem frustrados, porque com estes valores o prazer e esse estado de felicidade, vem essencialmente do esforço implicado no processo, e não exclusivamente do ganhar aos outros (ainda que conseguindo triunfar saiba muito melhor).



Proveniência dos vídeos (cortes):
a) Intervenção de Toni Nadal no Congresso "Lo Que De Verdad Importa" organizado em conjunto pela Fundação LQDVI e pela Fundação Telefónica. Madrid 30 de Novembro de 2012;
b) Conferencia de Toni Nadal: “Todo se puede entrenar”. Evento inserido nas celebrações do 110º aniversário do “Diario de León”. León, 2016;
c) Conferência de Toni Nadal, antigo treinador de Rafael Nadal: “Innovación y motivación al cambio”. Evento que teve lugar durante o “Oracle Digital Day 2018”;
d) Entrevista a Rafael Nadal retirada do documentário “Strokes of Genius” (Bonus Clips), 2018

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Aimar - Futebol é desenvolvimento, sensações e criatividade



Em imensas situações agimos sem consciência do porquê, sem termos traçado um plano, sem que tenhamos pensado se não haveria outra solução. Muitas das decisões no dia-a-dia são tomadas por impulso, de forma espontânea, por influência de “algo que nos entra pelo cérebro adentro” e por causa do qual, de forma inconsciente, resolvemos agir de determinada forma, sem tempo para recorrer a um processo de (demorada) reflexão. Eventualmente, segundos, minutos, horas, ou até dias depois (talvez nunca!), podemos dar um sentido consciente a essa decisão.

Essencialmente em momentos onde o tempo é escasso e a pressão é grande, mas as decisões têm que ser tomadas, é muito importante que o nosso inconsciente esteja “fresco” de forma a poder recorrer à informação realmente importante, que não esteja toldado por demasiada informação menos importante, de forma a poder tomar as decisões mais acertadas em função do que está a acontecer.

No futebol, como na vida, esta espontaneidade treina-se, e por isso o treino tem que ter em conta que aquilo que se faz pode tornar esta espontaneidade cada vez mais ajustada à nossa equipa e ao jogo ou então poderemos correr o risco de com o treino atrofiar esta espontaneidade, tornando o jogador mais lento, porque tem dúvidas ou porque não sabe focar-se no que é prioritário e assim necessita de uma reflexão mais demorada sobre o que fazer em determinado momento, entretanto não se desmarcou, não passou, não se atirou (GR), não tentou o desarme, não colocou os apoios correctamente, não saltou, etc., etc., etc…. no timing ajustado ao que a circunstância pedia.

Pensemos na Comédia de Improviso, como é que os actores conseguem, sem guião, sem conhecer o tema previamente e sem conversarem minimamente sobre o que vão fazer, criar um enredo fluído que entretém o público de forma hilariante? É graças a esta espontaneidade. E não desvalorizemos esta espontaneidade pensando que ela é aleatória ou que não exige inteligência ou treino. É sabido que esses grupos de actores treinam muito para poderem antecipar o estilo de cada um e assim relacionarem-se em palco criando algo de forma colectiva e com qualidade.

O que aconteceria se esses grupos em vez de treinarem de forma aberta (objectivo: gerar relações num contexto imprevisível) treinassem segundo um guião muito específico? Chegada a noite do espetáculo quem escolhia o tema era o público, que poderia muito bem escolher outro tema. Haveria maior probabilidade de ficarem demasiado agarrados ao guião, o que iria gerar um conflicto e assim limitar a tal espontaneidade.

Numa equipa e durante um jogo poderá suceder o mesmo se envolvermos na discussão o lado estratégico. Elaborar todas as semanas um guião novo com base no adversário, poderá ser limitador dessa tal espontaneidade. O jogo é essencialmente resolução de problemas recorrendo ao inconsciente e as únicas coisas que nós sabemos que vamos ter ao longo da época em todos os jogos é: a nossa equipa, os nossos jogadores, num campo de futebol, com duas balizas, onde o jogo é 11v11, com regras específicas para o futebol, isto é o que nós temos. Eventualmente teremos também uma cultura relativa à competição onde estamos inseridos (um padrão comum a 80% das equipas). E temos também a ideia do treinador que é fundamental para direccionar a espontaneidade e as qualidades dos jogadores num sentido comum, gerando um filtro informativo para a equipa. Agora, se este sentido comum for mudado todas as semanas dando referenciais colectivos diferentes aos jogadores, dando a cada semana informação que poderá até ser contraditória (em função do adversário), então corremos o risco de estar a “matar” a espontaneidade e criar mais dúvidas e assim tornar as decisões e a fluidez dos movimentos e acções dos jogadores mais lentas.

Passando à “Formação” ainda nos parece mais preocupante, não só que se dê imensa importância ao adversário, como também que se crie para a própria equipa uma série de “jogadas estudadas”, estilo Futebol Americano, um autêntico “guião (ditado) colectivo” onde o treino é um constante ensaio sem improviso. Deveremos sempre criar algo que os guie, ligando-os (seja qual for o estilo - ao critério de cada treinador), mas que isso não lhes tolde a espontaneidade na hora de resolver os reais problemas que aparecem no jogo. Toda a informação pode contar, mas há prioridades e temos que treinar o nosso inconsciente de acordo e para aquelas que na nossa equipa são as mais importantes – gerar o tal filtro que ajuda os jogadores a lidar com a informação mais importante e que gera entrosamento, capacidade de resolução de problemas e aprendizagem (isto não se entende sem entender e incluir o conceito de erro, como algo natural).
Caso se confunda o que é essencial corremos o risco de passar informação “não tão importante” a mais e depois não sobra tempo para o fundamental. Ainda que no curto prazo isto possa não se sentir é uma questão de tempo até que os jogadores comecem a perder agilidade mental e do próprio corpo também e que o jogo colectivo perca fluidez. Parece-nos que é preferível deixar informação por dizer do que dar a mais.

A criatividade, que nem sempre o lado estratégico respeita. Desenvolver relações entre jogadores e permitir que se criem “macro- e micro-sociedades” que requerem uma sensibilidade especial, requerem olhar uns para os outros e a vontade de se quererem conhecer no jogo. Treinar é ajuda a que todo o corpo deles está aberto ao improviso, é aproximar o jogador dum patamar onde parece que nada é imprevisível, pois eles tudo antecipam, colocá-los em contextos (no treino) onde haja necessidade de seleccionar de cada circunstância a informação mais relevante para resolver o problema da melhor forma e sempre com a identidade da equipa presente.

Vivemos numa sociedade da informação e até da “desinformação” e temos a tendência errada para dar importância a tudo (no mesmo patamar) e tentamos planear recorrendo a tanta informação que acabamos por perder o tempo todo na análise sem nunca decidir.
Confiemos mais no nosso instinto, respeitemos o nosso impulso e treinemos com a intenção de formá-lo para que mais vezes tome conta sem preconceitos e com bons valores.


a) Extratos duma entrevista dada por Pablo Aimar à organização do C.O.T.I.F. (Torneio Internacional de Futebol realizado em Valência), aquando da participação da selecção Argentina sub-20, em Julho de 2018

quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

A Vantagem que é juntar gente com Talento, (bom) Carácter, Sacrifício e “Egoísmo”

Pepe Sanchez (Ouro Olímpico Basquetebol pela Argentina em Atenas 2004):


Dentro de uma grande equipa há talento, há associação, há gente com carácter, que se sacrifica e há confiança nas relações (ou terá que haver), mas também é importante sermos verdadeiros no que toca a reconhecer que há competitividade entre cada um. É importante reconhecer que cada um dos que jogam juntos quer ser o melhor e quer sê-lo (também) por uma questão intimamente ligada ao ego, mas isso nunca deverá impedir de levarmos algo mais dentro do nosso íntimo, que tenhamos também a intenção de fazer dos que nos rodeiam melhores e suportarmo-nos neles, como reconhecimento de que sozinho não posso nada, nada de relevante, nada do que ambiciono.

Associamo-nos por egoísmo (não no sentido depreciativo ou parasita, mas sim simbiótico); sabemos que em grupo somos mais capazes, porque no fundo sabemos e sentimos as nossas limitações (até no desporto individual precisamos dos outros), sabemos que "recorrendo" ao outro nos tornamos melhores. Competir com o outro faz-me aprender, ajudar o outro faz-me dar mais de mim, para que ele e eu possamos alcançar o que pretendemos. Até entre irmãos há competição e feroz, por ser melhor do que o outro (nunca no sentido de ter mais atenção do que o outro, isso já seria prejudicial), existe competição assim como existe entre-ajuda.
 

Parece mal assumirmos isto, mas quer assumamos quer não isto é natural e irá existir (esperemos) para o bem do ser humano. A nossa bondade consciente é que não consegue entender esta competição benéfica para todos e fomos (alguns) tentando reprimir este nosso ego que deseja que sejamos os melhores. A verdade é que sempre houve (continua a haver) muita gente a usar os seus desejos, os seus egoísmos e esta competitividade num sentido corrosivo e que nem nos torna melhores a nós nem aos outros. Queremos ser melhores pela falência dos outros, queremos ser maiores no estatuto e não pelo nosso esforço e cooperação. É claro que isto ao invés de gerar associação gera isolamento e mata a dignidade e a humanidade.
 
Isto é o que acontece quando se compete pela atenção ou pela fama, no fundo pelo reconhecimento de quem vive fora do processo diário. Não é isso que queremos alcançar ao deixarmo-nos levar pelas ambições individuais do nosso ego. O que queremos é competir pela melhoria, ou seja, competir com a intenção de nos tornarmos melhor do que o outro através do sacrifício e do trabalho, e se dentro duma equipa cada um aceitar isto, então vamos acabar por reconhecer inevitavelmente que o nosso desenvolvimento gera melhorias nos outros e vice-versa e aí não mais iremos desejar o mal dos outros pois iremos também beneficiar do seu crescimento. É este desafio constante entre todos que impulsiona o crescimento de todos e torna a equipa mais forte. É este o lado saudável do “egoísmo”, aquele em que desafiamos os outros a fazer melhor do que nós e ao mesmo tempo nos desafiamos a nós a fazer melhor do que os melhores, sem esperar ser melhor pelo fracasso do outro, é querer ver a melhor versão de cada um dos nossos companheiros e tentar superarmo-nos na tentativa de superar quem nos rodeia (é isto o treino numa verdadeira EQUIPA).
 
Tentemos entender o que Pepe Sanchez e este texto pretendem dizer quando se referem à vantagem do "egoísmo" (junto com outras coisas). Entenda-se este conceito como algo que pode beneficiar uma equipa. Este instinto pela sobrevivência sem perda da dignidade. Para serem campeões Olímpicos Pepe Sanchez diz que foi importante reconhecer que cada um dos jogadores da equipa tem motivações egoístas, mas também diz que o sacrifício, o talento e o facto de serem boas pessoas foi importante. Essa simbiose onde gente de bom carácter torna o “egoísmo” um benefício comum onde todos ganham na associação. Mas também devemos perceber esta associação só faz sentido e só terá continuidade na base do “dar e receber” (natural, genuíno, mútuo e constante) que nos mantém juntos e unidos para alcançar coisas que sozinhos jamais conseguiríamos!!

 

Extrato do programa: La pasión según Sacheri - 29 de julho de 2018

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Rúben Neves e o encontro com a simplicidade


 
Complexidade e Simplicidade não devem ser vistos como opostos, não o são. O que acontece é que no domínio da complexidade emerge a simplicidade, que nos atrevemos a dizer que é nada mais nada menos do que a capacidade de, dentro de toda a complexidade do jogo (com todas as suas conexões e problemas que podem surgir), conseguir distinguir aquilo que realmente é fundamental em cada circunstância para que possamos entender/intuir o que verdadeiramente importa e então decidir - Rúben Neves é isto.

Rúben Neves é envolvimento e divisão, porque ao mesmo tempo que envolve toda equipa onde joga, conectando toda a gente, também divide o adversário pela dúvida que se gera através do "Como?", "Quando" e "Para Onde?" se orienta, recebe e passa. Não é fácil apanhá-lo de surpresa, é bem mais fácil seres surpreendido por ele. É aqui que "o óbvio" ganha potencial de genialidade, "o simples" acrescenta em si mesmo o adjectivo de criativo! Quão complexo tem que ser o entendimento (ainda que inconsciente) do que nos rodeia bem como o que se passa dentro de nós para que, desde a simplicidade, possamos ser criativos fazendo o “óbvio”?


Quando recebe de frente é uma ameaça para qualquer linha do adversário, qualquer uma pode ficar para trás (da primeira à última), por fora e por dentro, curto e longo. Com um toque Rúben Neves tem a capacidade para colocar toda a gente em jogo. Esta ameaça que divide e esse toque que liga toda a gente ao jogo são o óbvio transformado em surpresa pelo timing inesperado. Na orientação dos apoios e naquilo que vê (seleccionando/sentindo) acelera o jogo ou permite que outros o acelerem. Como o Rúben vive do passe, tem tendência a valorizá-lo acima de tudo e assim comunica através dele com toda a equipa, evitando sempre que o “meio de comunicação” crie problemas a quem recebe a mensagem.

De costas, em apoio à linha defensiva... qualquer defesa (com bola) fica mais "descansado" sabendo que tem o Rúben Neves à sua frente. É o farol que todos orienta e que dirige a bola pelas águas mais calmas em situações de aperto. Com ele o caminho natural da bola é da pressão para o espaço. Neste sentido, entre a turbulência e o porto seguro, quem (dele) recebe a bola está sempre em melhores condições do que ele próprio ou do que quem lhe deu a bola.

Viver tão longe da baliza adversária e, com equilíbrio, ir desequilibrando está ao alcance de muito poucos.



Rúben Neves está pronto para qualquer desafio, porque para além deste talento tem um que será tão ou mais importante do que este: a vontade e capacidade de aprender e de melhorar a cada dia que passa. É inspirador quando o potencial é transcendido pela realidade e isso só é possível com esta mentalidade, é aí que vive a tão afamada "margem de progressão".

Tudo isto durante anos e anos, tudo para e até se encontrar a simplicidade no meio da complexidade, busca que se dá na resolução de problemas, na necessidade de decidir... no treino jogando, encontra-se o caminho. O caminho que o Rúben encontrou e o levou a um estado "SIMPLESmente genial".

sábado, 19 de janeiro de 2019

A virtude estará entre o começar e o alcançar

Como se percorre o caminho entre o Começar e o (não) Alcançar?

No seguimento do post anterior surge mais um acrescento, mais uma questão que importa colocar sempre, porque mesmo quando achamos que uma ideia está acabada, percebemos que há sempre algo que podemos acrescentar ou adaptar, como Vítor Frade diz sobre a Periodização Táctica: “Está pronta, mas não está acabada!”. Assim são as coisas complexas não lineares, vão-se moldando e melhorando sem nunca perderem a sua essência.

Será o sucesso por si só garantia de dignidade?

Ganhar (ou o processo na tentativa de) visto como um combustível que nos faz querer melhorar a cada dia é uma mais valia para crescer. Sem dúvida nenhuma que o querer triunfar nos coloca na busca constante de soluções para o fazer.
Mas “o Vencer” visto como algo que justifica todos e quaisquer meios ou soluções, mesmo que pouco meritórias, usadas para se alcançar sucesso esse que se pretende a qualquer custo, isso já me preocupa.


"No MEIO estará a virtude". Não no centro por ser o que chama a atenção e por isso nos orienta e também não é o “meio” por ser o que está entre as duas frases anteriores, naquele sentido mais vulgar de encontrar um equilíbrio entre ambas, o que se pretende é que a virtude esteja naquilo que nos “transporta daqui para acolá”. Temos que ganhar consciência da importância vital daquilo que fazemos entre o "princípio" e o "fim", entre o iniciar e o alcançar, ou seja valorizar o processo de “tentar” e aquilo que fazemos durante, só assim poderemos manter a "nossa sociedade" (aquela que vive no nosso dia-a-dia), ligada aos grandes valores.

O "meio", a viagem, a forma como fazemos o nosso caminho e o que vamos semeando nele, não nos pode ser indiferente. Não temos que ser conscientes e nem sequer o fazer propositadamente, mas é inevitável que alguém se vá cruzar com o caminho que fizemos e aí irá respirar do ar puro das árvores que entretanto foram crescendo por nosso cuidado ou então comer da fruta intoxicada que produzimos nos maus caminhos.

Valorizemos e cultivemos mais o trajecto do que o destino. Desfrutemos da viagem percebendo a sua essência.
E que o nosso ímpeto não seja só o de orientarmos pela vitória (por ser mais atractiva que ela seja no festejo), mas sim olhar para a forma como se constroem as coisas e seguir os bons valores, que o vencedor ou os que não ganharam porventura têm.
Não se trata de vitórias morais. Trata-se de entender o sucesso para lá da vitória, olhando para a intenção e a acção implicadas na sua concretização.


terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Simbiose: "IDEIA do TREINADOR - QUALIDADES dos JOGADORES" Parte III



A derrota não nos muda. A derrota, como qualquer experiência, faz-nos aprender, se atentos estivermos e formos capazes de perceber o que devemos fazer, para que, com a nossa ideia e os nossos jogadores, possamos encontrar as soluções para os problemas.

É sempre o mesmo: experienciar (bons momentos ou maus momentos), perceber o porquê de ter corrido bem ou mal e aprender com isso.


- Trata-se de querer ganhar "a jogar assim" e se perder que seja "a jogar assim" e se empatar é "a jogar assim". Melhorar para "jogar melhor assim". Felicidade é ganhar "a jogar assim"... uma coisa não existe sem a outra. Não, não nos serve de qualquer maneira.
- Onde nascem os nossos valores? Crescem connosco influenciados por uma cultura que nos cerca e também por pessoas ou experiências mais particulares que nos possam ter marcado mais;


- As intenções honestas estão super desvalorizadas na sociedade, as boas são sempre e só aquelas que têm sucesso e é precisamente pelo sucesso que somos sempre julgados. Melhorar é o sucesso de todos, triunfar será o sucesso de alguns.

- Fim -

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Manchester City vs Wolves (análise baseada no jogo da 1ª Volta)

O 5-4-1 do Wolves treinado por Nuno Espírito Santo criou imensos problemas ao City de Guardiola, na 1ªa volta (já lá vão 20 semanas), hoje temos o 2º round e será curioso perceber como irá o City solucionar o "quebra-cabeças" que é o “Muro Zonal” do Wolves. Provavelmente com jogadores diferentes e por isso nuances diferentes por parte da equipa de Manchester, mas acredito que o primeiro “espaço-chave” para invadir a estrutura adversária seja por fora, nas costas dos extremos. Desmontar este Wolves será um problema cuja solução não é nada fácil.


Tendência posicional dos jogadores do City no primeiro jogo. A dinâmica da estrutura é dada pela necessidade de ter profundidade e largura e também jogadores com maior liberdade posicional (caso do Sterling); portanto, se alguém fizer "diferente" (ou seja se houver perda de alguma dessas amplitudes) haverá necessariamente um ajustamento - cada jogador fosse uma célula de um só ser vivo - que garanta que o adversário permaneça em duvida pela criação/manutenção das várias trajectórias possíveis a dar à bola e ao mesmo tempo garante a nossa capacidade de criar perigo pela progressão para espaços cada vez mais "perigosos".



Quanto ao Wolves, pela forma como defende, o Princípio Fundamental passa por limitar a decisão de quem tem a bola. Impedir a bola de entrar em determinados espaços (neste caso entrelinhas-interior), não estando lá, mas por cortando o caminho, a ligação. Defender o espaço (entrelinhas) não implica necessariamente preenchê-lo com jogadores ou acompanhar movimentações (sem bola) dos adversários nessas ou para essas zonas. O que fizeram (e bem!) foi cortar as ligações de possíveis passes entrelinhas.

Para além disto, o que lhes permite serem agressivos (para não serem ultrapassados e manter a linha defensiva confortável) a toda a largura é a forma como se dividem entre proteger o espaço central e a pressão (posterior) ao espaço exterior, onde a bola acaba por entrar (pelo condicionamento anterior). Isto requer uma precisão posicional e um timing a roçar a perfeição. Um passo em falso ou uma fracção de segundo em que os apoios estão mal orientados e és apanhado em contra pé; ou então má coordenação sectorial, quando saem dois na bola libertando ambos o espaço crucial (entrelinhas), isto pode ser fatal e mesmo que não seja retira-te a possibilidade de roubar a bola o mais à frente possível, porque a primeira linha foi ultrapassada.

Defender assim permite-”me”, em função deste condicionamento feito colectiva e individualmente, antecipar o que pode acontecer (porque já limitamos o adversário). Ora, isto coloca-”me” em melhores condições de criar problemas não só ao portador como ao futuro portador da bola e assim sucessivamente até a roubar.


A linha média do Wolves teve um papel fundamental (H.Costa - J.Moutinho - R.Neves - D.Jota). Toda a equipa esteve bastante bem, mas a importância destes 4 foi enorme, porque é sempre mais fácil partir daí para o contra-ataque do que quando se ganha a bola através da nossa linha defensiva, por várias razões:

1) a equipa adversária ainda está aberta atrás, porque precisa dos jogadores recuados para abrir espaços no sentido de ultrapassar linhas adversárias – isto dificulta até a reacção à perda (por parte do City);

2) estás mais perto da baliza adversária do que se for a tua última linha a recuperar a bola;

3) estes jogadores têm muito maior capacidade para aproveitar os espaços no primeiro passe (R.Neves e Moutinho em evidência aqui) do que se o primeiro passe for feito pelos defesas (por qualidade e por posicionamento mais avançado).


Foi isto que o City encontrou em Agosto e que lhes criou muitos problemas. As dificuldades em entrar no espaço entrelinhas pelo corredor central, obriga a ter que ir por fora num primeiro momento (espaço nas costas do Extremo do Wolves) para depois fazer a bola entrar dentro da estrutura adversária (e não o contrário), mas nem sempre foi fácil criar condições vantajosas (com tempo/espaço) para os jogadores que recebiam por fora, porque H.Costa e D.Jota se dividiram muito bem entre ajudar os MCs (fechar dentro) e pressionar por fora para impedir que alguém recebesse de frente. Quando eles “falham” são os Laterais (Otto e Doherty) que, em função da segurança que dá ter 3 centrais, conseguem ser super agressivos sobre a bola, especialmente no lado direito do City, onde jogou o Bernardo – mais profundo, de forma propositada, do que Mendy, à esquerda. Mendy, que (por estar numa zona mais "entrelinhas" no espaço exterior) teve mais facilidade em receber com condições para fazer esse passe de fora para dentro, também porque desse lado havia Sterling que criava mais duvida nos jogadores adversários e próximos.
Importantes as dinâmicas entre Extremo e Médio Interior para poder aparecer com vantagem nesse tal espaço que está assinalado na primeira imagem com o Número 1 (até porque provavelmente Mendy não joga).


Este post serve para reflectir sobre alguns princípios do City que hoje serão fundamentais, pela dificuldade que é desorganizar este tipo de defesa:

- A criação de dúvida no adversário sobre onde a bola pode entrar é uma relação entre o portador da bola e do jogo posicional daqueles que não a têm. A não sobreposição de jogadores, ter gente de frente, gente entrelinhas, gente a ameaçar a profundidade, gente a "abrir o campo" à largura ou alguém maior liberdade posicional , sabendo que quando alguém “falha” há um ajuste instantâneo para "repor" o que está em “falta” tudo isto é uma constante do City (são princípios), ainda que se possa manifestar de forma diferente em função do adversário (ou dos problemas por ele colocados).


Vemos, neste jogo posicional para, em função da bola, criar a tal dúvida, médios a afastarem-se do defesa portador (com espaço), a meterem-se entrelinhas e a dar uma linha de passe que atravessa ou pode atravessar dois jogadores do Wolves gerando duvida de quem fecha e para além disso gera duvida também na linha defensiva, ou seja 3 ou 4 jogadores são atraídos por esse posicionamento dos médios, mesmo que não sejam atraídos no deslocamento (porque a bola não está lá) terão sempre que estar preparados para várias possibilidades e isso já os fará perder algum tempo na pressão e dará mais espaço ao futuro portador seja ele qual for.


Veremos que soluções vão surgir. Essa é a criatividade dos treinadores identificar os problemas e essencialmente formular soluções em função do que é a sua equipa e das características dos jogadores que tem disponíveis.

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sábado, 12 de janeiro de 2019

Simbiose: "IDEIA do TREINADOR - QUALIDADES dos JOGADORES" Parte II

  

O respeito pelas características dos jogadores será sempre tido em conta, mais ainda à medida que o treinador os vai conhecendo, como é óbvio. Mas não poderá haver qualquer tipo de negociação no que aos grandes princípios diz respeito, a continuidade destes é a garantia de estabilidade e por isso de crescimento individual e colectivo. Essa ordem, dada pela operacionalização da ideia, permite que os jogadores joguem uns em função dos outros e que se vão conhecendo entre eles também (dentro dessa ordem), de forma a poderem antecipar uma série de coisas que no jogo se reflectem em mais tempo e mais espaço para poderem ser eles (segundo as suas melhores características) mais vezes.


De forma resumida, também temos o recrutamento dos jogadores que se enquadraram melhor naquilo que é o estilo de jogo da equipa e a ideia do treinador. Esta é uma parte fundamental para encurtar o tempo desta adaptação, de forma a que o treinador não tenha que perder tanta energia a convencer um jogador que não se quer deixar guiar e também para que o jogador se sinta mais “confortável” na forma de jogar da sua equipa o mais rápido possível. O "deixar-se guiar" é muito importante, assim como a capacidade do treinador convencer os jogadores, mas sem a primeira é certo que a segunda será uma tarefa impossível.O treinador e a sua ideia como um conector dos jogadores (com as suas qualidades) e da forma como ele entendem que o jogo deve ser jogado. Ainda que estejamos sempre num segundo plano, porque a decisão final é sempre do jogador (e assim deve permanecer, porque o jogador tem que ser sempre proactivo na resolução dos problemas que o jogo coloca), nós treinadores temos que assumir a tarefa de levar a cabo a nossa ideia e através dela darmos um sentido comum a todas as "cabeças" da equipa.


A importância de conhecer os jogadores que temos e essencialmente aquilo que eles são dentro do jogo que a nossa equipa joga (no presente), que não é o mesmo com uma semana de treinos ou com 4 meses, por isso é necessário ir percebendo que mudando o contexto (com o crescimento/a melhoria da forma de jogar) muda também aquilo que o jogador dá e a sua adaptação (individual) pode torná-los em jogadores mais capazes de acrescentar qualidade ao "estilo". É importante ir conhecendo e moldando, dando sempre espaço para que as qualidades que diferenciam uns jogadores dos outros possam sobressair e acrescentar qualidade ao jogo.

 

São então esses princípios que dão semelhanças às diferentes equipas que o mesmo treinador for treinando ao longo da sua carreira. Por outro lado a mudança de jogadores (com a mudança de equipa por parte desse mesmo treinador ou pelas eventuais contratações) também nos fazem identificar detalhes diferentes. Exemplos:

- tendências na forma como servem para golo;
- numa equipa maior acentuação do jogo interior do que noutra.

A estabilidade dos princípios (no percurso do treinador) tem que ser entendido como algo essencial. Não é uma teimosia, é uma necessidade, é uma crença, é um sentimento, são valores e só quando assim é se torna possível contagiar toda a gente no sentido de criar algo que nos une a todos. Mas nunca os grandes princípios interferem nas características dos jogadores, pode acontecer que o estilo promova uns mais uns jogadores em detrimento de outros, mas ao mesmo tempo é capaz de permitir que as individualidades acrescentem qualidade/imprevisibilidade/diversidade/criatividade à forma de jogar da equipa.

Continua...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Simbiose: "IDEIA do TREINADOR - QUALIDADES dos JOGADORES" Parte I


Há a qualidade do jogador e há as qualidades do jogador.

Há princípios, que orientam a equipa, e há características dos jogadores.

A adaptação (que é um processo complexo) da ideia do treinador aos jogadores, e vice-versa, pretende-se que seja uma simbiose… todos saem a ganhar.

Este processo em que o treinador procura convencer os jogadores necessita de uma certa abertura, de um deixar-se guiar por parte dos jogadores, para mais tarde se gerar uma crença que dá mais tempo e serenidade para que a equipa possa crescer com o crescimento da ideia que se concretiza na forma como se joga.

Isto é, sem dúvida, o que mais interfere na forma como a equipa joga. Por um lado a capacidade do treinador convencer os seus jogadores a ligarem-se aos seus princípios por outro as características que os jogadores têm, que são sempre muito importantes porque é no fundo o que dá imprevisibilidade e criatividade à forma de jogar. Poderíamos falar em centenas de exemplos de treinadores que não abdicam do que sentem (este SENTIR vem das entranhas) que é fundamental, mas vamos focar-nos no Pep Guardiola (tão pouco foi um acaso), recorrendo a entrevistas que foi dando ao longo dos anos, desde que assumiu o cargo de treinador do F.C.Barcelona.

Esta será a Parte I de III, onde a reflexão estará direccionada para o tema: a simbiose entre a ideia de treinador (princípios inegociáveis) e aquilo que são as características dos jogadores que irão determina a dimensão mais micro (que é o "estilo" de cada jogador) da forma de jogar, sem interferir naquilo que é o "padrão macro" do jogo que o treinador sente como sendo o melhor caminho para ganhar (que no fundo é a forma como o treinador vive, vê e entende o jogo).


Quando o grande desafio é implementar uma ideia para com ela se ganhar. Nunca pode ser de qualquer maneira ou ganhar por ganhar. Tem sempre que haver algo que nos guia. Os valores que queremos construir e ver dentro das quatro linhas são o desafio, valores que vão além dos princípios de jogo, pois também se manifestam no carácter humano.

Percebe-se também que há uma infinidade de coisas que vão exigir da ideia determinadas soluções, para que a forma de jogar se manifeste fluída e para que possamos controlar o jogo em função daquilo que, não dependendo de nós, irá criar possíveis problemas. Uma dessas influências externas pode ser a permissividade dos árbitros. Esse "critério" irá interferir na forma como o jogo se desenrola e portanto a nossa equipa terá que ser preparada para lidar com isso e ainda assim impôr aquilo que nos caracteriza como equipa (os tais macro princípios que "viajam" com o treinador).


Cada país, cada campeonato têm o seu padrão de problemas e claro que isso deve ser tido em conta nas soluções/dinâmicas a criar para resolver esses mesmos problemas. Não me refiro ao que é específico de cada adversário, refiro-me antes àquilo que se manifesta com regularidade nos adversários que compõem a competição.
Isto exige que o nosso jogar esteja preparado, para que, mais uma vez, sem nos mudarmos, nos possamos adaptar, de forma a encontrar os melhores caminhos que levam o jogo para o registo que melhor se enquadra com aquilo que somos enquanto equipa.


Perceber que o "estilo" e "ganhar quase sempre" podem caminhar juntos ou não. O que aproxima o estilo do triunfo uma grande quantidade de vezes (e que conduz a títulos conquistados) é a qualidade dos jogadores. Porque quanto maior for a qualidade dos jogadores e a harmonia deles com a ideia de jogo do treinador, maior será a eficácia daquilo que são os detalhes e por isso maior será a possibilidade de ganhar títulos. Mas para se jogar de determinada forma não é necessário ter os melhores. Um estilo manifesta-se melhor ou se preferirem manifesta-se de forma mais harmoniosa e em menos tempo, com jogadores de determinadas características, isso sem dúvida, mas não necessariamente têm que ser os melhores para que determinado estilo surja numa equipa.

Se ganhar for exclusivamente o que nos guia, sem que haja uma forma, uma identidade que sustenta a procura da vitória, acabaremos por nos perder no caminho. A ideia tem que prevalecer e essencialmente tem que existir, porque quando perdermos (toca a todos) haverá sempre algo mais importante para nos manter no caminho certo.

Continua...

Sentir para fazer Sentido



Entender não basta, pois só sentido ganha sentido máximo!! Como a emoção que vem antes do pensamento. Jogar tal como respiramos. Jogar como se dependêssemos da forma de jogar, da ideia acima de tudo, para sobreviver

Treinador domina muitos porquês, vive 24 horas o jogo e os jogadores da sua equipa, mas para decidir de forma coerente tem que vir do fundo da alma, tem que estar em cada célula como o ADN!

Grandes os que sentem e pensam o mesmo. São raros e geniais aqueles que conseguem, com clareza, pensar sobre o que sentem e fazem.