sábado, 12 de janeiro de 2019

Simbiose: "IDEIA do TREINADOR - QUALIDADES dos JOGADORES" Parte II

  

O respeito pelas características dos jogadores será sempre tido em conta, mais ainda à medida que o treinador os vai conhecendo, como é óbvio. Mas não poderá haver qualquer tipo de negociação no que aos grandes princípios diz respeito, a continuidade destes é a garantia de estabilidade e por isso de crescimento individual e colectivo. Essa ordem, dada pela operacionalização da ideia, permite que os jogadores joguem uns em função dos outros e que se vão conhecendo entre eles também (dentro dessa ordem), de forma a poderem antecipar uma série de coisas que no jogo se reflectem em mais tempo e mais espaço para poderem ser eles (segundo as suas melhores características) mais vezes.


De forma resumida, também temos o recrutamento dos jogadores que se enquadraram melhor naquilo que é o estilo de jogo da equipa e a ideia do treinador. Esta é uma parte fundamental para encurtar o tempo desta adaptação, de forma a que o treinador não tenha que perder tanta energia a convencer um jogador que não se quer deixar guiar e também para que o jogador se sinta mais “confortável” na forma de jogar da sua equipa o mais rápido possível. O "deixar-se guiar" é muito importante, assim como a capacidade do treinador convencer os jogadores, mas sem a primeira é certo que a segunda será uma tarefa impossível.O treinador e a sua ideia como um conector dos jogadores (com as suas qualidades) e da forma como ele entendem que o jogo deve ser jogado. Ainda que estejamos sempre num segundo plano, porque a decisão final é sempre do jogador (e assim deve permanecer, porque o jogador tem que ser sempre proactivo na resolução dos problemas que o jogo coloca), nós treinadores temos que assumir a tarefa de levar a cabo a nossa ideia e através dela darmos um sentido comum a todas as "cabeças" da equipa.


A importância de conhecer os jogadores que temos e essencialmente aquilo que eles são dentro do jogo que a nossa equipa joga (no presente), que não é o mesmo com uma semana de treinos ou com 4 meses, por isso é necessário ir percebendo que mudando o contexto (com o crescimento/a melhoria da forma de jogar) muda também aquilo que o jogador dá e a sua adaptação (individual) pode torná-los em jogadores mais capazes de acrescentar qualidade ao "estilo". É importante ir conhecendo e moldando, dando sempre espaço para que as qualidades que diferenciam uns jogadores dos outros possam sobressair e acrescentar qualidade ao jogo.

 

São então esses princípios que dão semelhanças às diferentes equipas que o mesmo treinador for treinando ao longo da sua carreira. Por outro lado a mudança de jogadores (com a mudança de equipa por parte desse mesmo treinador ou pelas eventuais contratações) também nos fazem identificar detalhes diferentes. Exemplos:

- tendências na forma como servem para golo;
- numa equipa maior acentuação do jogo interior do que noutra.

A estabilidade dos princípios (no percurso do treinador) tem que ser entendido como algo essencial. Não é uma teimosia, é uma necessidade, é uma crença, é um sentimento, são valores e só quando assim é se torna possível contagiar toda a gente no sentido de criar algo que nos une a todos. Mas nunca os grandes princípios interferem nas características dos jogadores, pode acontecer que o estilo promova uns mais uns jogadores em detrimento de outros, mas ao mesmo tempo é capaz de permitir que as individualidades acrescentem qualidade/imprevisibilidade/diversidade/criatividade à forma de jogar da equipa.

Continua...

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